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segunda-feira, 21 de março de 2016

That 70's Show: A Turma Que Todo Mundo Quis Ter

    Década de setenta, seis amigos (ou quase), um porão e a melhor época de suas vidas.

    Como está na minha bio (aqui), That 70's Show é minha sitcom juvenil preferida, gosto tanto da série e me identifico tanto com ela por um motivo específico: É totalmente real. Esqueçam a separação entre oa geeks e as gostosas ou o artilheiro e a estranha, a turma é cheia de esteriótipos reunidos num lugar só e vivendo a época mais prazerosa (e traumática) de suas vidas. Bem-vindos à adolescência real.


Eric Forman: Eric é o típico filhinho de mamãe, que desprezado pelo pai em detrimento à irmã, recorre as barras da saia da genitora sempre que possível. Tem uma sensibilidade quase feminina, nutre uma paixão pela vizinha (Donna) desde que ela se mudou para casa ao lado (ainda crianças) e tem uma fixação por star wars, G.I. Joe. É conhecido pelo apelido de "foreplay" e por ser "engraçadinho", fazer piada sobre tudo o tempo todo, típico nerd, estudioso e inteligente (mas nem tanto). E é em seu porão que as maiores aventuras (o que significa viagens astrais, se é que me entendem) acontecem.
you're a dumbass.

Donna Pinciotti: Donna é uma menina que cresceu entre meninos, portanto tem aquele jeitão masculino (Jackie a chama de lumberjack) mesmo sendo uma ruiva linda (que depois vira uma loira, ainda linda), "hot Donna" (outro de seus apelidos). É inteligente, sarcástica, feminista (sim, tenho uma obsessão por esse tipo de personagem) - você pode vê-la questionando vários padrões ao longo da série - inteligente e sempre que é vista no seu quarto está lendo ou estudando, além de ser uma grande-grande fã de Led Zeppelin. Fura o padrão da gostosa acéfala. Tem uma quedinha pelo vizinho Eric, o magrinho que - numa série normal - seria o último personagem que ela olharia.
difícil não se apaixonar por ela

Steven Hyde: Hyde é aquele cara que eu mais me identifico (mesmo sendo menina). Você pode vê-lo por aí, esbanjando sarcasmo, com um jeans velho e camisas de banda. É o cara durão que não ama ninguém, mas sempre faz sacrifício pelos melhores amigos. Conhece as bandas mais legais, se casa com uma stripper (na oitava temporada) e tem aquela vida que todo filme de bad boy exalta. Abandonado pelos pais, Hyde aprendeu a ser durão e acaba indo morar com seus melhor amigo, Eric. Sempre contra o sistema e vendo conspirações em tudo, provavelmente Hyde vai ser um velho pé no saco, mas ainda é jovem e, enquanto isso, é muito foda.
like me.

Michael Kelso: Kelson é um cara bonitão e... bem, só isso mesmo. Além de fazerem todos rirem de sua imbecilidade, Kelson é o garanhão da turma (mesmo namorando Jackie). Tem uma família muito grande, talvez por isso os pais não sintam tanta falta, enquanto ele passa os dias e na noite na casa de Eric. Mas costuma ser um amigo leal, quando se precisa. Protagoniza as cenas mais pastelonas da sitcom, talvez por isso crie tanto afeição nos telespectadores.
sim, nós sabemos.

Fez: Fez é um aluno de intercâmbio que se chama sabe lá o que e veio sabe lá daonde. É um aficionado por doces, um protótipo mal feito de galã e tem aquela inocência cativante. Mas não se engane, com o sotaque bonitinho, Fez vai acabar fazendo muito sucesso entre as meninas. Feminino, mas nem tanto, é sempre requisitado para conselhos amorosos ou decorações de festas. Um partidão!
duas coisas que Fez gosta muito 

Jackie Burkhart: Riquinha, convencida e mimada, inicialmente, Jackie era "aceita" na turma apenas por namorar com o mulherengo Kelso. Aceita é um termo relativo, já que a turma odiava Jackie descaradamente. Com o tempo ela foi se tornando best friend de Donna, mesmo sendo cheia de mimimi. Adora ser líder de torcidas, ser bonita e fazer compras. Mas não se engane, Jackie é tão esperta quanto qualquer um e sempre acaba fazendo a vida do namorado cafageste um inferno.
sinceridade sempre

A série é sobre um conjunto de adolescentes, que nada tem em comum, exceto estarem no mesmo lugar. Uma série que, como diria Rick de Casablanca, conta o início de uma grande amizade - que mesmo terminando a série - nosso espírito de fã espera não ter fim.

NOTA DE UTILIDADE PÚBLICA: QUANDO ASSISTI PELA PRIMEIRA VEZ, FOI NO EXTINTO SONY SPIN, MAS JÁ PODE SER ACHADO NA NETFLIX. BEIJOCAS :*

terça-feira, 15 de março de 2016

Beginners ou a tenuidade do amor silencioso

pequenas formas do ser

    Repetindo o filme e escrevendo sobre um tema que resume as prioridades: AMORtou fofa, me julguem. Mas não é qualquer amor, é amor de Beginners, onde é - como diria Vanguart - muito mais que o amor.
    Oliver e Anna se conhecem em uma festa a fantasia, onde Oliver está fantasiado de Freud e Anna vai para seu divã, Oliver aceita sua "paciente" com certa relutância pois iria fazer um intervalo. Depois de uma série de perguntas bem freudianas, que ela respondia escrevendo em seu bloco de papel (pois estava com laringite), Anna lança a seguinte indagação ao seu "psicanalista":
o amor nem sempre começa de forma sutil

     Oliver, impressionado, pergunta como ela percebeu e nossa cara Anna desenha um par de olhos em sua caderneta e o olha com aquele lindo rosto, feito de cera e pó de estrela. Depois disso, eles bebem, dançam e fazem um passeio inusitado de carro. 

****aqui acaba qualquer sinopse do filme****

    Anna está perdida e fragilizada, como só alguém sem rumo pode estar, viaja o mundo todo - porque é atriz - mas em nenhum lugar encontra algo. Oliver perdeu a mãe há alguns anos, perdeu o pai há pouco tempo e - além de todos os monstros que guardamos nos armários psicológicos - carrega consigo a dor das lacunas abertas com as percas - lacunas que não se preenchem com novos ganhos, mas que podemos aprender a conviver. 

     Beginners, pelo poder da não-verbalidade toca na pele crua. Todos os sentimentos são visuais e - por assim ser - enchem os olhos e o peito com um estranho comichão seguido de um calorzinho que, por Deus!, só pode representar afago. Mas essa mesma não verbalidade é pouco duradoura, e quando dura fomenta a melancolia - tão romantizada pelos filmes, mas, como bem sabemos, uma perigosa arma contra a duração dos relacionamentos.
um filme com não tantas falas, mas quando fala, que falas!

    No decorrer do filme, percebemos o quão fácil é quebrar a linha que separa o amor do desamor, ou o desabrochar do terrível medo de acabar. Beginners nada mais é que um filme sobre o amor, um filme quase silencioso sobre o amor, pois, quanto realmente sabemos desse sentimentos? Quantas canções românticas cantam mais que o silêncio das mãos dadas? Quantos poemas de amor dizem tanto quanto uma troca de olhares? Beginners é sobre pessoas - pessoas, silêncio e amor. Um filme sobre o amor, sobre o que o amor faz a um homem e uma mulher: Oliver é um homem, Anna, uma mulher e tudo que se sucede é resto.