pra que a cara de espanto se todos já sabiam?
Não é a toa que Margaret Mary Emily Anne Hyra ou, simplesmente, Meg é minha heroína no gênero mais híbrido da sétima arte (uma mistura de água com açúcar e comédia pastelão, que inclui protagonistas desastradas, que acabam tropeçando e encontrando o grande amor), não é a toa também que ela foi eleita a namoradinha da américa. Na década de noventa, esse solzinho loiro conseguiu conquistar as graças do público com seu talento, charme e essa fofurice desajeitada que moldaria o perfil das desajustadas protagonista desse tipo de filme. Separei as duas personagens que mais gosto (não vou dar spoillers do filme keep calm, apenas vou falar dos papéis).
-Sally Albright - When Harry Met Sally: Sally é aquela mulher que - mesmo sem perceber - encanta e irrita a todos na mesma intensidade. Sally é, durante todo o filme, alguém que acredita - nas pessoas, nos sentimentos, nas coisas. Também é ambiciosa e toda culta,o que a faz se tornar uma grande profissional, sem deixar de ser uma lady. Sally é aquela pessoa que quando bato o olho, logo quero ser.
Primeiro vamos dividir Sally, a mocinha nada boba do filme, em quatro fases - todas de acordo com seu cabelo:
*A prática college-girl de cabelos ondulados e planos ajustados:
"sei muito bem o que vou pedir pra jantar, sei bem até demais..."
Sally é essa garota quando conhece Harry. Logo na primeira cena ela se mostra como alguém que sabe o que quer e o que fazer para chegar lá. Ela daria uma carona à Harry, atual namorado de uma amiga de faculdade, e enquanto os dois "se pegam" Sally espera quase pacientemente. Ao ver que aquela "cena de amor" não parece ter um fim próximo, Sally pigarreia, o que inicialmente funciona - depois os pombinhos voltam aos amassos e ops... a mão de Sally esbarra, acidentalmente, na buzina.
"sorry"
Durante o percurso, começamos a conhecer o lado de Sally que sempre quer estar no controle da situação, não importa onde, não importa quando - seja explicando à Harry os turnos de alternância da direção do carro ou detalhando à garçonete seu pedido ou passando laquê em suas lindas ondas para que não saiam do lugar, segundo ela as mulheres são práticas e na primeira parte do filme ela é um exemplar perfeito disso.
*A yuppie channel apaixonada
Sally in love em momento sad: milhas e milhas distantes do meu amor
Sally tem vinte e seis anos e já é uma jornalista bem-sucedida, com um relacionamento com um advogado lindo e fodão. Ela continua decidida e dando sua opinião abertamente - inclusive sobre desgostar de Harry, que por coincidência é amigo de seu namorado. Mesmo com o passar do tempo, Sally continua sabendo o que quer, percebemos isso quando ela pede "3/4 do copo de sumo de tomate vulgar, com uma pitada de Bloody Mary (só uma pitada) e limão a parte" para beber durante o voo.
o melhor cabelo, na minha opinião, e a namoradinha da América que o mundo não esquece
*A realista e madura com permanente ondulado:
"só de olho em você errar o nome do meu penteado..."
Já se passaram dez anos desde que Harry met Sally, eles se reencontram numa livraria ~Sally usa a armação de óculos mais linda desde a de Diane Keaton no finalzinho de Annie Hall, num óculos escuro com lente degradê~ onde Harry está na sessão crescimento pessoal - ótimo trocadilho, pessoal - e Sally é uma versão crescida da universitária de dez anos atrás. Sally tem acabado de sair do seu longo relacionamento e não enxerga o mundo mais como a garotinha que era, perdera todo o ar de romance. de sonhos, é apenas uma mulher comprando livros pelo conteúdo e não pela capa - naquela livraria onde Harry reencontra Sally. Outra característica que vemos é que, apesar de não mais uma sonhadora, tudo o que Sally quer é uma paixão que a tire do chão (vemos isso quando ela reassiste Casablanca e fala sobre sua preferência de ficar com o amor de Rick ao invés da segurança de Victor, quando mais nova e prática ela preferia a segurança. Algum dia resenho esse filme pelo qual tenho um amor que só dirijo aos B&W). Sally é fria quando fala de seu antigo relacionamento, por fora calmaria, por dentro entropia.
não tem jeito, todo penteado fica lindo nessa mulher
cena do orgasmo falso, um classicão com C maiúsculo
*Curly woman problemática que ficou com o melhor amigo:
parece uma obra de arte *-*
É certo que ficar com o melhor amigo bagunça o equilíbrio natural do universo ~experiência própria~ mas pra Sally foi pior, todo sentimento que acumulara ao longo de anos de pragmatismo rompeu a pele e a deixou a lit bit desequilibrada. Depois de descobrir que seu ex parceiro, de um longo relacionamento, ia se casar - Sally pensa que o problema dele não era o compromisso e, sim o compromisso com ela. Cai sobre si o peso de sua personalidade, ela entende que ela é "difícil/muito estruturada/fechada", Harry vai consolá-la, daí pra rolar um clima é um passo. Depois disso Sally fica mais fragilizada - é a quando eu deixo de me identificar. Claro que ela ainda continua foda pra caralho.
carinha de quem dormiu com o melhor amigo...
A personagem perde um pouco da personalidade forte, ao longo do filme, até as roupas refletem isso. No inicio ela é bem oxfordiana, aqueles looks bem Diane Keaton, vai virando um pouco mais romântico com o tempo - bem angelical como se vê na última foto.
-You'e Got Mail - Kathleen Kelly:
"shopgirl está online"
Sou babona desse filme, admito, por isso tudo que eu falar vai ficar "Team You've Got Mail". Nesse filme, a queridinha é a fofa Shopgirl (nickname de Kathleen no site de relacionamentos que ela entrou, assim que completou tinta anos), ela tem um relacionamento estável com um jornalista republicano (interpretado pelo Greg Kinnear <3). Se eu fosse resenhar o filme, ia começar a babar o Tom Hanks, no seu melhor papel em comédia romântica, mas eu não vou falar sobre ofilme controle-se Gabriella. Kath é a coisa mais fofa do universo, com seu lindo cabelinho loiro e suas roupas meio andróginas, sempre em tons claros, tricôs e sapatos masculinizados, juntamente com camisas sociais. o look da Kath é muito amor
o pijama maravilhoso e a casa muito amor, cheia de porcelanas e livros <3
Kath é dona da Loja Da Esquina, que herdou da mãe, uma livraria de livros infantis e especiais, de capa dura, brochura e cheio de lindas ilustrações. É conhecida no Upper West Side, por ser um estabelecimento familiar e antiguinho. As coisas são mais cara lá, okay, mas é o preço pago pelo ótimo atendimento e livros tão raros. Porém o equilíbrio natural das coisas é afetado por uma mega livraria que aparece e enfim...
"aqui de boas, sendo lúdica, no meu empreendimento"
No decorrer do filme vemos como Kath reage proativamente diante das adversidades e luta com unhas e dentes para salvar sua livraria. Vemos também, com toda a admiração do mundo, não abaixa a cabeça perante seu inimigo (que depois vira seu amorzinho, Tom <3), sempre com sua postura arrogante - seja lendo num café ou atendendo na Loja Da Esquina. Nem preciso falar que ela ama ler, tanto que Kath conseguiu convencer Joe (personagem do Tom) à ler Orgulho e Preconceito (na verdade, quem convenceu foi a shopgirl) da Jane MELOSINHA Austen.
Ela não se sente menor, mesmo seu inimigo sendo treinado por Poderso Chefão (sua história preferida), Kath luta com ajuda dos aliados (funcionários que mais parecem família) e com a ajuda do amor *tem coraçõezinhos cor-de-rosa saindo aqui* e apesar de perder não baixa a guarda. Tanto que Joe tem que ralar muito pra conseguir fazer ela se apaixonar.
prova viva que amor forma e transforma...
ela espera o amor de sua vida, ele espera que ela olhe para trás...
No fim do filme ela acaba realizando meu sonho de ser escritora (claro que eu não quero ser escritora de livros infantis, mas não vem ao caso). E tem a cena mais linda de todas as comédias românticas (a cena que me faz acreditar no amor) eu sei que esse post é sobre a Meg mas não pude resistir.
um dia escrevo sobre essa cena <3
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