Sumida.... eu sei.
Sem justificativa.... também.
Mas estamos de volta, terráqueos, e dessa vez com uma preciosidade da minha adolescência (que acabou dia desses aí).
Essa série se chama Tudo Que É Sólido Pode Derreter, que passava na TV Cultura (tem emissora aberta mais amor?), e é uma série derivada de um curta-metragem premiado de mesmo nome.
Mayara Constantino como nossa doce Thereza
A série gira em torno de Thereza, uma mocinha muito especial que acaba se aventurando pela literatura LITERALMENTE. Ok, acordamos que eu não sei fazer sinopses e que esse blog é para registrar minhas impressões - basicamente o que mais me chamou atenção - e nessa série é: tudo.
Todos os episódios giram em torno de uma obra contemplada da escola literária em questão, detalhe: eles passam do quinhentismo ao modernismo mesmo, e sobre cada obra se desenvolve um enredo - vale ressaltar que é um enredo contínuo, como uma boa série.
Vamos aos personagenzinhos e conforme for apresentando, apresento também mais da série.
Thereza:
essa cena é do curta, mas achei tão bonitinha
Adolescente comum, quase comum, pois é dentro dela que acontece os tumultos - catalisados por os livros que lê. Thereza vê frequentemente o fantasma do tio, que era ator e se suicidou, esse personagem sempre guia Thereza - também é quem apresenta os livros, na maior parte das vezes. As cenas deles juntos são tão lindas, tão poéticas que quase dá pra pensar que a série tinha um orçamento muito bom.
aquela amizade que a gente sempre quis ter
Ele é o melhor amigo da Thereza, um confia no outro de olhos fechados e não é pra menos, a cumplicidade deles praticamente quebra a quarta parede. O Marcos é uma junção de opostos, bobinho e esperto que só vendo, também é possivelmente gay - tudo nas entrelinhas. Faz de tudo para ver a Thereza feliz (vide o episódio Quadrilha). Tem como não amar?
Pais:
Thereza barqueira, julgando seu papi e sua amada mãe
O pai de Thereza é o Décio, ele é dono de uma loja, super bem humorado e é a quem ela recorre quando precisa de uma experiência a mais. Ele sempre faz gracinhas, e em alguns episódios catalisa suas epifanias (vide Uma Aprendizagem Ou O Livro Dos Prazeres e Ismália). Sua mãe, Martha, é psicóloga e volta e meia isso tem um peso na série, seja quando Thereza quer refutar algo dito (vide O Guardador De Rebanhos) ou quando Thereza se vê mediante a algo que toca o metafísico (vide Ismália) ou mesmo quando Thereza se espelha nela (vide Uma Aprendizagem Ou O Livro Dos Prazeres). Eis aí o conjunto da obra que formou Thereza e do qual ela não abre mão para ser quem é.
João Felipe:
se a gente ama esse casal: claro
Eis o lado romântico da série sem incorrer no clichê, o João é o popular da escola e crush da Thereza. Engraçado, fofo, gentil e muito lindo. As cenas entre eles tem tanta química, desde o primeiro beijo, o período que ele espera por ela e novamente beijos. Se é pra acreditar em amor adolescente: por favor que seja assim. Nada mais poético que a literatura né?
Tio Augusto:
Este cara é o mote da série, né?
O tio da Thereza era um ator de teatro, que suicidou antes da série começar, a maior parte do que Thereza conhece de literatura, deve a ele e sua riqueza de conhecimento. Ele incentivava ela a sempre ser mais, durante a sua vida, e mesmo em morte não mudou o posicionamento. A cada obra transformada em episódio, ele está presente em alguma descoberta. As cenas dos dois juntos são de uma sensibilidade incrível, a série fica mesmo com um ar teatral.
A série é linda, sensível, rica em personagens e atores, uma obra prima da TV CULTURA. Ótima para incentivar os adolescentes a lerem, ótima para o desenvolvimento pessoal. Além de tudo a trilha sonora é incrível: Pato Fu super presente e, pasmem, um show da Tiê ao vivo. Então para terminar o ano, além de boas festas e celebração do nosso Criador, vou deixar essa musiquinha que conheci nessa série e virou a musiquinha da minha vida:
desses amores, que não tem hora para acabar.
muitas realizações nesse novo ano <3
ps: série disponível no youtube e o box na Saraiva (fora do meu orçamento por agora, rs).
